terça-feira, 17 de maio de 2011

Não tão cedo.

Antevendo o descompasso, te digo:
Não tão cedo.
Não queres saber mais, viver mais?
Até que saia o sol, sempre é cedo.

Desta vez, disseste: fica.
À meia luz, já nem falava.
Eu há muito não reconhecia a dúvida.
Da abstinência que pressupõe o medo.

O que fica é a impressão
De que Petrarca estava certo.
E acertou, por duas vezes.

Em sua musa e em seu soneto.
Nós só vivemos três versos.
Até que sejam catorze, fica; ainda é cedo.

Um comentário: